segunda-feira, 22 de março de 2021

A morte pede passagem

 


Você abusa do vírus da morte.
Parece que não tem amigos e nem família.
Não se deve brincar com a sorte!
Milhares de pessoas já morreram nessa pandemia.

Tem gente levando o vírus para dentro do seu teto;
Contaminado e dizimando a sua parentela.
Esse coronavírus mata do velho ao neto...
E deixa o luto, para sempre, de sentinela.

Tem gente que não tem amor dentro do coração;
Achando que esse vírus é jogo político, politicagem...
Nos hospitais, sem vaga, tem gente morrendo no chão.

Morte cruel, sem velório, enterro a distância...
A despedida é malvada... a morte pede passagem.
Muita gente seria salva se não fosse tanta ignorância.


Prof. Osmar Fernandes, em 22/03/2021
Código do texto: T7213228


Minha garçonete

 




Naquela festa, tanta gente feliz e eu tão só.
Tantos abraços, amassos, beijos na boca.
Do choro do outro, ninguém tem dó.
Faz falta, alguém na nossa vida, um carinho.
Eu estava triste, dor crônica, louca.
Tanta alegria no salão e eu sozinho.

De repente, uma bela mulher me sorriu.
Comecei a gostar da balada e a me sentir feliz.
Ela me olhou diferente e me serviu...
Senti que ela se interessou por mim.
Por um quase-nada a beijei; por um triz.
O desejo de amor, absurdamente, nasceu assim.

Fiquei até o fim da festa, e a esperei lá fora.
Mas, um cara, mal-encarado, pegou na mão dela,
Entraram num táxi, partiram, foi a minha derrota.
Fiquei ali, o dia todo, de sentinela...
Chorei como um cão abandonado pela gata...
Minha garçonete, nem sabia que, já era a minha amada.
Prof. Osmar Fernandes, em 22/03/2021
Código do texto: T7213156